Eu olho as
feridas da minha mão.
Sinto dor.
Mas isso não
é nada perto da ferida da alma.
Sofro
calado.
Quando vou
ao médico ele pergunta se estou bem?
Não sei
responder.
Fico parado
olhando para a cara dele tentando encontrar uma resposta.
O que eu
poderia dizer?
Minhas dores
são internas.
Nenhum
remédio poderá me curar.
Talvez só o
tempo.
Em algum
momento futuro.
São dores
que eu posso suportar.
Mas até
quando?
E se as
dores se acumularem?
E se eu me
afogar nelas?
E se eu não
conseguir colocar o meu pé no chão?
Deixa de
bobeira, menino.
Você é
jovem. Não sabe o que é dor.
Só por causa
da minha idade minha dor deixa de doer?
Menospreza
não.
Minha vida
vale muito.
Todas as
vidas valem.
Todas as
dores têm importância.
E minha dor
precisa ser ouvida.
Ouça minha
voz.
Não tampe os
ouvidos.
E nem iniba
alma de ser gentil com o próximo.
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