domingo, 2 de abril de 2017

Eu olho as feridas da minha mão.
Sinto dor.
Mas isso não é nada perto da ferida da alma.
Sofro calado.
Quando vou ao médico ele pergunta se estou bem?
Não sei responder.
Fico parado olhando para a cara dele tentando encontrar uma resposta.
O que eu poderia dizer?
Minhas dores são internas.
Nenhum remédio poderá me curar.
Talvez só o tempo.
Em algum momento futuro.
São dores que eu posso suportar.
Mas até quando?
E se as dores se acumularem?
E se eu me afogar nelas?
E se eu não conseguir colocar o meu pé no chão?
Deixa de bobeira, menino.
Você é jovem. Não sabe o que é dor.
Só por causa da minha idade minha dor deixa de doer?
Menospreza não.
Minha vida vale muito.
Todas as vidas valem.
Todas as dores têm importância.
E minha dor precisa ser ouvida.
Ouça minha voz.
Não tampe os ouvidos.

E nem iniba alma de ser gentil com o próximo.

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