O otimismo sempre bateu em sua porta e abria sempre.

Contentava-se com o pouco e o pouco já era muito.

A estação mudou.

O inverno chegou.

E tudo mudou.

O otimismo bateu mais uma vez em sua porta.

Dessa vez não abriu.

Tinha se frustrado amarguradamente.

Acha que nunca vai se recuperar.

Entretanto, ainda reflete que o que você pensa atrai para sua vida.

Só não queria ficar preso mais num pensamento equivocado e imediatista.

Ansiedade é severa

É cruel.

Pensamentos a milhões.

E nenhum controle emocional assegurado.

Perdido num espaço etéreo.

Numa cena de teatro que deu pausa.

Num roteiro mal escrito.

Com atores que não decoraram sua fala.

O público vai saindo aos poucos.

O vazio é o que sobra.

O constrangimento é nítido.

Poderá ficar paralisado para sempre.

Ou se mover e recomeçar.

Ele era pura poesia quando mostrava o sorriso.

Ele tinha o mundo dentro dele. Entregava rosas da esperança para quem encontrava.

Era intenso.

Era real.

Era místico.

Tinha o mundo em suas mãos.

Poderia fazer bem proveito dele, mas não só a seu favor.

Nunca foi egoísta.

Não consegue ser uma dessas pessoas que só pensa em sustentar seu ego.

Até se sente mal quando não consegue compreender o próximo.

Tinha uma empatia enorme.

Diante das situações que apareciam, sentia uma dor profunda e não sabia como remove-lá.

Então, escreveu sobre isso e tudo fluiu por algumas horas. Como se tivesse amenizado tudo.

Depois voltou a tona.

Mas enquanto a dor não surgia, dançava com a melhor música do momento.

Tirou uma foto sorrindo verdadeiramente e quando estivesse deprimido de novo olharia para a foto.

E pensaria em buscar aquele sorriso verdadeiro novamente.

Escravidão

O cidadão não tinha direito a nada, a não ser trabalhar mais e mais.

Pensamento crítico pra quê? Tu não mereces nada negreiro, só servir o seu patrão.

Quanto mais trabalha, mais cansaço mental e físico há. E o sustento do seu patrão é colossal, ele esbanja risadas na mesa e te humilha por causa do seu sofrimento.

 A paz será que um dia irá existir pra ti, negreiro?

Pro seu patrão você é apenas uma forma de obter terras e riquezas.

Toda á noite você suplica para ter um fim, mas parece distante esse seu desejo.

Seu travesseiro enche de lagrimas, é tanta dor, tanto calo nas mãos que mostram a marca do seu padecimento.

O trabalho é compensador.

Ganhar um salário no final do mês mais ainda. Entretanto, há um perigo severo.

Perder a vida trabalhando

O tempo passa

A vida passa

A velhice chega

E o que te resta? 

Eu era uma criança que ainda não conhecia o dom que tinha.

Pinturas

Música

Canto

Teatro

Escrita

Aos poucos fui descobrindo o meu potencial para aquilo que me designei a fazer.

Alguns não eram suficientes, desencanei no primeiro erro.

Seria certo desistir de algo só por que á primeira vez não saiu como gostaria?

Na base da insistência tudo se aprimora, aprende mais, fica mais palpável o dom e do nada ‘’ surge’’.

Estava inerte há dias, com meus fones de ouvido escutando uma bela melodia.

Conversei com alguns artistas que diziam que a falta de criatividade tinha culminado e que não sabiam como lidar.

Alguns ficavam entorpecidos em suas camas olhando o teto, esperando que algo fosse cair do céu e um alto falante explanando ‘’ Parabéns, você ganhou aquilo que tanto desejou’’.

A vida não é assim, sem luta não há conquistas.

Precisava de um rumo para sua vida, mas não sabia por onde começar. O começo estava cheio de neblina, a estrada cheia de obstáculos e totalmente escuro.

Ás vezes tinha medos irracionais que controlavam sua mente, seu corpo e do nada se encontrava caído no chão. Seu corpo se inclinava sempre para o chão, sentia tontura, não conseguia falar e aquilo não tinha mais cabimento. Tentava abraçar o equilíbrio fortemente, até que seus olhos iriam se fechando e ficasse mais uma vez de pé.